quarta-feira, 7 de maio de 2008

Por onde começar?

Resolvi criar um blog como forma de manter mais contato com minha família. Atualmente moro em uma fazenda no Pantanal do Abobral (MS), a cerca de 100km de minha esposa e filho, e acho que esta será uma forma da gente manter mais contato e eles saberem o que eu tenho feito.
Espero mantê-lo o mais atualizado possível, e quero também postar coisas sobre os anos passados, que acho boas de se lembrar.


Talvez eu deva começar falando um pouco de mim, não que eu seja egocêntrico, mas pras pessoas que passarem por aqui entenderem um pouco do que se trata isso aqui.

Eu sou biólogo, que além de minha profissão, também é uma paixão. Sou natural de São Paulo onde vivi a maior parte de minha vida e me formei em 1998. Fiz um estágio/trabalho/ajuda no Zoológico de São Paulo por pouco mais de dois anos, até fins de 1999, mais ou menos. Lá pude aprender muita coisa com as pessoas que trabalham lá, mas principalmente com os animais que vivem lá. Ao contrário do que a maioria das pessoas pensam, os animais do Zoo são muito bem tratados, sendo que a grande maioria ou nasceu em Zoos, ou foram apreendidos em alguma operação de entidades ambientais, acabando por lá. Estou falando isso, porque muita gente acha que os animais foram capturados da natureza para serem colocados no cativeiro, e isso não é verdade. Nós devemos olhar para os animais de zoológicos com respeito, e aprender com eles sobre os membros das mesmas espécies que ainda vivem na natureza, e assim contribuir para que estes sejam mantidos no seu habitat natural, não incentivando por exemplo, o comércio de animais da nossa fauna. Bom, chega de sermões que a idéia não era essa...

Em 2000 vim pela primeira vez pro Pantanal e não voltei mais. Já se passaram oito anos desde que cheguei, mas sempre consigo ver coisas novas aqui no Pantanal. Foi aqui que me apaixonei três vezes, primeiro pelo Pantanal, depois por minha esposa Carol, e por último (apenas cronologicamente) por meu filho Pedro. Hoje eles vivem na Fazenda San Francisco e eu na Fazenda São Bento, e a gente se vê todos os fins-de-semana.

Desde 2005 trabalho em projetos de pesquisa envolvendo conflitos entre onças e criação de gado. É um trabalho interessante, necessário, por vezes frustrante, mas no geral algo que gosto muito de fazer. As coisas lindas que a natureza nos proporciona pagam as frustrações com o retaliamento que as onças recebem e o pensamento de muitas pessoas de que o que fazemos é "bobagem". Na verdade é essa beleza toda da vida na região que dá vontade de seguir em frente e tentar ajudar na resolução (minimização?) do conflito e atingir a conservação da espécie.

Espero que quem leia estas postagens goste. Fiquem à vontade para fazer comentários.

Até breve,
Henrique

2 comentários:

Unknown disse...

A foto ta linda!!! Voce é lindo!

Ta muito legal! Coloque coisas do dia a dia e veja como é legal fazer isso. Vai criando um arquivo da nossa vida! Entao, se quiser posso mandar fotos tb. Tem uns macestes. Te mando por email.
Bjs
Saudades Ca

Unknown disse...

Olá Pantaneiro Paulista! Meus parabéns pelo seu trabalho sobre a onça pintada! Quem vos fala é Silvio, um pantaneiro nato, nascido à beira do rio paraguai e criado pantanal a dentro. Conheço muito bem toda essa região, inclusive a fazenda São Bento, cujo proprietário era o Seu Tuta. Nos idos dos anos 50/60 morei nessa região, pois o meu pai foi capataz da fazenda Santa Maria, que fica bem aí perto da São Bento, do outro lado do rio abobral. Gostaria de contribuir com as suas pesquisas, dando-lhes uma dica de um local onde o amigo vai encontrar um grande número de onças pintada. Esse local fica no brejão da fazenda N.S. do Carmo, proximo ao curixo do inferno, já quase na divisa com a Nhecolândia, alí era (será que ainda é?) uma região infestada de onças, porcos monteiro, porcos quaixada, lobos e outros... Só tem um detalhe: você só vai conseguir entrar naquela região, no período da seca, pois nas águas, fica quase impossível andar por lá, mesmo à cavalo. Quero aproveitar e te fazer um pedido: pesquise sobre a Cutía, pois alí em Santa Maria e N. S. do Carmo, há muitos desses roedores. Meu abraço pantaneiro.